Escutismo em Santa Eufémia

Escutismo em Santa Eufémia

 

 

Foi a 15 de Junho de 1969 que foi fundado o Agrupamento de Santa Eufémia de Prazins, pequena aldeia rural do concelho de Guimarães.

Depois de uma preparação dada pelo o grande entusiástico no escutismo – Padre Francisco Rodrigues – já falecido, apareceram três jovens raparigas que deram os primeiros passos nesta grande iniciativa, tornando-se as primeiras escuteiras do nosso Agrupamento. Com o conhecimento já adquirido tudo se ia tornando mais fácil e, com a ajuda da Chefe Margarida (na altura, Dirigente no Agrupamento de S. João de Ponte), as três jovens iniciaram uma fase de formação. A esta iniciativa juntaram-se 21 jovens, os lobitos, que também iniciaram o curso de preparação, já impulsionados pela acção destas três jovens escuteiras.

A fundação do movimento escutista, em Santa Eufémia, a 15 de Junho de 1969, foi oficializada pela celebração de uma missa campal, contando com o apoio do Agrupamento de S. João de Ponte e do Reverendo Padre Carneiro, onde as três jovens fizeram a promessa de Dirigentes da Alcateia, na altura, constituída pelos 21 lobitos que, mais tarde, realizaram também a sua promessa. Com esta chama de entusiasmo e vontade de participar, 27 crianças e 19 jovens juntaram-se ao grupo e, no dia 21 de Dezembro de 1969, fizeram a promessa de lobitos e exploradores. Nesta altura, surge o nome para o Patrono do nosso Agrupamento, São Bento.

Com todo este entusiasmo, o Núcleo de Guimarães vê nascer o 17 Agrupamento, desta região e concelho que, mais tarde, passou a designar-se por agrupamento 323 de Santa Eufémia.

Para um desenvolvimento e preparação de uma Direcção, que não nasce com a fundação, aparece o – Chefe Dias, do Agrupamento de Vermil – no sentido de clarificar e dar fórmula correcta ao Agrupamento (Direcções e Secções).

Depois de um trabalho em conjunto com os fundadores, recaiu a escolha em dois ex -seminaristas– José Luís Guimarães Castro e Joaquim Monteiro de Castro – que após fazerem a promessa, tomaram a responsabilidade do Agrupamento, tendo de seguida frequentado um curso de Iniciação em Antime, do concelho de Fafe, sendo efectivamente nomeada a Direcção do Agrupamento em 1970.

Nos dias 2 e 3 de Outubro de 1971, realizou-se um acampamento, já com o Agrupamento devidamente inscrito por secções, lobitos e exploradores, tendo sido-lhe atribuído o número 77. Neste acampamento, estiveram presentes os Agrupamentos de Vermil, Ronfe, Brito, Sande São Martinho e São João de Ponte, tendo sido escolhido para chefe de campo o chefe Dias de Vermil.

Várias actividades de desenvolvimento pela juventude, com acções efectuadas na freguesia, acampamentos e gosto de ser escuteiro, o Agrupamento vai aumentando as Secções, com mais responsáveis, atingindo num ano um número superior a 60 elementos, sendo nessa altura distinguido pelo Núcleo.

Com o desaparecimento do assistente fundador – Padre Francisco Rodrigues – todos ficaram um pouco abalados, mas com a ajuda de Deus, o Agrupamento recebe como assistente o Padre António Matos Pereira Fernandes, que fica a acumular as funções de assistente, neste Agrupamento, no de Santo Tirso e Corvite.

A acção implantada inicialmente pelos Dirigentes – Camila Macedo Lima, Antónia da Costa Ferreira, Ana Maria Lima Macedo e, também, pela Dirigente Maria Pereira Caldas Ribeiro e, ainda, pelo Chefe António Monteiro de Castro, o Agrupamento foi dando frutos com o aparecimento de mais Dirigentes e Chefes de Secções que, com todo o seu empenho, formaram diversos bandos e patrulhas.

Podemos arriscar dizer que por este agrupamento passaram centenas de jovens e que, em cada casa desta freguesia existe quase sempre alguém que já foi escuteiro.

O entusiasmo é grande, obtêm-se frutos, daí a aceitação de um escutismo misto, com responsáveis à altura, com cursos CIP e CAP e, com salas para ensino prático e teórico, em anexos junto ao salão paroquial e Igreja. 

Não podemos deixar de recordar o – Conjunto Àlerta – que, muitas vezes, serviu o Escutismo, a colectividade da freguesia e outras.

Não podemos esquecer a – Fanfarra – que tem servido a freguesia e outras colectividades religiosas e civis, nas procissões, ao serviço do Núcleo e Câmara Municipal de Guimarães.

Enfim, estamos perante um Agrupamento, em que muitos dos seus chefes serviram o Núcleo e continuam. Aqui, convém assinalar o forte contributo do Chefe Honorário José Luís Guimarães Castro que, durante 35 anos, exerceu uma acção coesa, de grande empenho e dedicação, enquanto Chefe do Agrupamento 323- Santa Eufémia.

 

O Escutismo em Santa Eufémia foi crescendo não só em quantidade de jovens que iam aderindo ao movimento, mas também pela qualidade das actividades e acções que aí se iam implementando e desenvolvendo.

Os acampamentos feitos ao ar livre, com e na natureza, eram o grande atractivo na altura, e despertavam a curiosidade de muitos jovens, que queriam partir à descoberta e, e dar azo ao espírito de aventura que tão bem os caracterizava. O Escutismo surgia, então, como o espaço perfeito para estes jovens crescerem livres, gozando não só de toda a harmonia e saúde que a natureza lhes proporcionava, mas também a oportunidade de entrarem em contacto com as suas dificuldades, medos, trilhando o caminho de encontro de si próprios.

 O “monte da Lage”, lugar de grandes tradições e memórias escutistas, em santa eufémia, foi o espaço de eleição para muitos dos acampamentos que se vieram a realizar, gerando sempre um alvoroço salutar que envolvia não só os membros que integravam o movimento como também toda a comunidade da freguesia. Os Fogos de Conselhos eram sempre muito apreciados pelas gentes da terra que assistiam admiravelmente às exibições talentosas e criativas que os “seus filhos” imprimiam na dança, música, teatro… As missas campais eram também uma novidade na altura, olhadas inicialmente com alguma desconfiança, sobretudo pelas mentes mais conservadoras, mas, depois, com um entusiasmo que contagiava toda uma comunidade.

Os anos foram passando, e o escutismo em santa eufémia ganhava outra maturidade, assegurando não só a sua longevidade como também tornando-se indispensável às dinâmicas religiosas e culturais da freguesia.

Atingindo um quarto de século de existência, o 25º aniversário de fundação do escutismo em santa eufémia, era festejado em 1994 com toda a comunidade e representantes de outros agrupamentos, fazendo relembrar todo um passado de grandes vivências escutistas, sendo também este um momento para se repensar o futuro e traçar novas metas e objectivos a atingir. Nesta altura, o nosso digníssimo Dom Manuel Monteiro de Castro, actualmente secretário da congregação dos bispos, dirigia algumas palavras de congratulações e de bençãos ao chefe de agrupamento na altura, José Luís Castro Guimarães, e ao movimento que ele representava: “(…)Queridos escutas, guiados pelos princípios do escutismo e movidos por uma viva e autêntica fé pessoal sereis realmente protagonistas do vosso futuro feliz e sereis artífices de um mundo melhor para todos”.

Impulsionados por esta fé, os escuteiros em santa eufémia continuavam a surpreender a comunidade e as gentes da terra promovendo novos e melhores eventos que pretendiam não só propiciar um tempo de lazer bem passado, mas sempre com o objectivo central de passar uma mensagem enquadrada nos princípios e valores que devem reger uma sociedade.

Foi com esse intuito, que mais recentemente, em Junho de 2001, e numa óptica de prolongar os festejos do 32º aniversário de escutismo em Santa Eufémia, os Escuteiros levaram a cabo uma campanha de sensibilização sobre a protecção do Ambiente e sua preservação, pela realização de uma passagem de modelos, estes últimos marcados pela criatividade de artigos passíveis de reciclagem. Este evento obteve grande adesão e mobilização por parte de todas as pessoas da freguesia que assistiam incrédulas à novidade e originalidade do evento.

Foi também a receptividade deste último acontecimento, que em 2002, se justificava trazer novamente a Moda à freguesia, desta vez com intuito de promover estilistas e manequins da freguesia, dando continuidade à prática de um Escutismo actual e de proximidade aos interesses da população. Numa noite de sábado, toda ela amena, envolvidos numa grande festa de luz, som e imagem, este era um evento que voltava a contagiar as gentes da terra, a julgar pelo adro da igreja que se fazia pequeno para receber tanta gente.

As Vias Sacra ao Vivo que se realizaram em dois anos consecutivos, primeiro em 2006, depois em 2007, num tempo de preparação para a Páscoa, foram eventos mais de índole religioso, que nos merecem destaque pela criação e recriação/representação imponentes dos seus personagens e de toda a comunidade cristã que ali se reuniram para levar Cristo ao Calvário (no Monte da Lage), percorrendo várias ruas de Santa Eufémia.

Outros eventos religiosos, culturais e de confraternização foram igualmente bem sucedidos, desde projecção de filmes ao ar livre em noites de verão, de maratonas desportivas, as descidas do Rio Ave com jangadas/canoas, corrida de carrinhos de rolamentos, festas de comemoração do S. Martinho e Dia Mundial da Criança, realização da Ceia de Natal com a comunidade, cantada dos reis em Janeiro pela freguesia (fonte principal de angariação de fundos), realização de arraiais minhotos, promoção de campanhas de solidariedade, animação das eucaristias em cada 1º Domingo do mês, enfim, entre muitas outras actividades que denunciavam o dinamismo e a força que o Escutismo em santa eufémia tinha adquirido ao longo dos anos.

 

 

 

 

- Actividades inter-comunidades e além-fronteiras

Se as dinâmicas escutistas no seio paroquial e na comunidade de Santa Eufémia eram evidentes, este escutismo activo também se estendia a outras terras, pela representação dos nossos escuteiros nos acampamentos de círculo, de núcleo, regional e nacional e, mais recentemente, a nível internacional.

Em 1997, e pela primeira vez, dois dirigentes do nosso agrupamento (Conceição Cardoso e António Elias) participavam no ACANAC em Valade de Frades, fazendo parte da equipa organizadora das actividades do campo da 1ª Secção.

Em Julho de 2000,a representação do Agrupamento 323 vai além fronteiras pela participação de dois jovens caminheiros, Miguel Cardoso e Miguel Inácio, no 11º World Scout Moot, realizado no México. Este foi um evento único para quem o vivenciou, já que o Moot, sendo um encontro mundial de caminheiros e jovens dirigentes, que se realiza de 4 em 4 anos, permite adquirir experiências bastante enriquecedoras pelo encontro de culturas que promove.

Mais recentemente, em 2007, o Agrupamento 323 vê a sua representação aumentar, no ACANAC realizado no Campo de Idanha-a-Nova, a contar pelo número de elementos que participaram neste acampamento, nomeadamente 6 caminheiros e 1 dirigente e um cíl, sendo esta actividade marcada pelos festejos dos cem anos de escutismo mundial.

No culminar das celebrações dos cem anos de Escotismo Mundial que fora preconizado em Inglaterra, de 27 de Julho a 8 de Agosto de 2007, estiveram presentes 6 pioneiros e um dirigente do nosso agrupamento, que mais uma vez projectaram a nossa freguesia e a nossa terra a um nível internacional.

A participação do nosso Agrupamento em vários acanuc e ACAREG’s, são também exemplos claros das aspirações mais elevadas que se iam adquirindo ao longo dos anos.

Actualmente, o Agrupamento conta com uma direcção jovem, liderada pela Chefe José manuel Mendes fazendo parte da sua equipa de direcção o Chefe Adjunto, Elisabete Guimarães, o Secretário Financeiro, Carlos Neves, a Secretária Administrativa,Alexandra Lima .

Se a evolução dos nossos efectivos obteve o seu apogeu na década de 90 (chegando aos 111 elementos em 1998), a verdade é que actualmente contamos com um número relativamente estável e significativo de elementos, a rondar os 80 elementos plenamente activos.

                         

 

 

 

 

 

 

 

 

Com uma direcção renovada e bem formada, o intuito é promover mais e melhores actividades, fomentar o espírito criativo e inovador nos seus participantes, praticando um escutismo actual que se ajuste aos interesses da sociedade moderna, mas privilegiando sempre os valores e princípios construtivos de uma sociedade mais justa e harmoniosa.